segunda-feira, 30 de dezembro de 2013

Últimas reflexões do ano


O ser humano é engraçado. Mesmo sabendo que do dia 31 de dezembro para o dia 1 de janeiro, nada mudará de fato, ele insiste em contar os dias para o novo ano que vem. “A última sexta-feira do ano”, “o último domingo do ano”... e daí? Daqui a uma semana é o primeiro domingo do ano que vem e eu serei a mesmíssima pessoa. E, afinal, qual a minha moral pra falar isso? Nenhuma, na verdade. Já estou com a calcinha e a roupa de Réveillon separadas. E tudo novo com algo de branco, é claro. A calcinha, rosa, pra dar muito amor. Normalmente é vermelha, mas esse ano variei. Quanto às metas para o novo ano, desisti de fazê-las há um tempo, pois eu nunca as cumpria mesmo! Mas, assim como todo bom e neurótico ser humano, na última semana do ano eu também fico pensando em como o tempo passa rápido, que já faz um ano desde o último Réveillon e sobre as características da Marina de 2013 e da de 2014. Metas, só na terapia. Mas é isso, o ser humano gosta mesmo de transformar as coisas em “big deal” – eu poderia dizer “grande problema”, mas acho que a expressão em inglês se encaixa melhor.



Aproveitando a deixa, “o último Fantástico do ano” foi totalmente baseado em um “big deal”: o estado de saúde do lutador Anderson Silva. Como se ele tivesse morrendo. Querido Anderson, sei que você deve ter sentido uma dor dos infernos e não quero menosprezá-la, mas, sinceramente, é só uma perna. Sei que operar é horrível e ter de ficar afastado da profissão que gosta e se dedica também, mas repito: é só uma perna. Sua saúde está ótima. Você tem dinheiro e admiradores por todo o mundo. Você poderia estar com câncer. Com AIDS. Ter perdido a casa e família nas enchentes. Ter batido a cabeça, sofrido hemorragia cerebral e estar em coma, beirando a morte, assim como Schumacher que, aliás, seria irônico, se não fosse trágico. O cara passa a vida inteira em alta velocidade e está quase morrendo por conta de uma queda de esqui. E eu com medo do avião que tenho de pegar daqui a uma semana...



Enfim, essa mistureba de assuntos me deixa com algumas reflexões: 1) O que importa se nada muda de um dia para o outro? Dia 31 é data de comemoração, dia de pensar em como o tempo voa e agradecer por estar vivo, sem a tíbia e a fíbola quebradas. É dia de família, amigos e de dar o americanóide e fofinho “midnight kiss” no meu namorado. Dane-se se continuarei igual depois de meia-noite! Estarei arrumada, de roupa e calcinha novas, me obrigando a dar um golinho de espumante para brindar e emocionando-me mais uma vez com os fogos de Copa. 2) As coisas não são um “big deal”. Sempre que está ruim, poderia estar pior. Por isso, andersons desse mundo, agradeçam por estarem ouvindo, enxergando, falando, andando, rindo e chorando! Agradeçam por, acima de tudo, estarem vivos e com saúde. É nas pequenas (ou grandes) coisas que a gente percebe que poderia estar pior.



Um 2014 renovador e inovador para todos! Que o novo ano faça relembrar as coisas boas e nos traga gente boa. Que ele nos faça esquecer e ficar distante de quem nos magoou e decepcionou. Minhas energias e pensamentos positivos às vítimas das enchentes, aos Schumachers e Andersons Silva desse mundo. Cumpram com todas as supertições que acreditam, joguem flores para Yemanjá, chorem, riam, abracem e beijem! Boa virada de ano para todos que me leem (e para quem não me lê também)!

Marina Martins