Talvez existam mais de cem razões para eu amar Drummond, mas com certeza não posso afirmar que sou uma pessoa sem razões para amá-lo. Já postei três coisas de autoria dele, se não me engano, e continuarei postando, pois como eu digo, ele é meu muso inspirador. Se tem alguém que me deixa animada e inspirada para escrever poesias, esse alguém é Carlos Drummond de Andrade, e eu sou muito grata a ele. Pretendo até agradecê-lo um dia, sentar ao seu lado em um banco na orla de Copacabana para batermos um papo cabeça... bem, se eu pudesse, eu realmente faria isso, mas como não posso, pelo menos posso sonhar. Esse poema que posto agora é um dos meus preferidos (não de Drummond, da vida), principalmente porque concordo com ele praticamente inteiro, é lindo demais, então resolvi colocar por aqui. Espero que os leitores desse blog amador gostem. Boa leitura!
As sem-razões do amor
Eu te amo porque te amo.
Não precisas ser amante,
E nem sempre sabes sê-lo.
Eu te amo porque te amo.
Amor é estado de graça
E com amor não se paga.
Amor é dado de graça
É semeado no vento,
Na cachoeira, no eclipse.
Amor foge a dicionários
E a regulamentos vários.
Eu te amo porque não amo
Bastante ou demais a mim.
Porque amor não se troca,
Não se conjuga nem se ama.
Porque amor é amor a nada,
Feliz e forte em si mesmo.
Amor é primo da morte,
E da morte vencedor,
Por mais que o matem (e matam)
A cada instante de amor.
Carlos Drummond de Andrade