Marina N. Martins, novembro/2015
sábado, 9 de janeiro de 2016
Wanderlust
É, ok. Viajar é uma fuga, por que não?
Mas não pensem que é uma fuga irresponsável. Viajar, para mim, é a
responsabilidade que tenho comigo mesma. É uma fuga em busca da minha
felicidade. Uma fuga para buscar vida.
345
Quem?
Quem vai cuidar de mim
quando o vento bater
quando a febre arder
para eu não esquecer?
Quem vai cuidar de mim
para eu desabafar
quando me acabar de chorar
em que colo vou sentar?
Quem vai cuidar de mim
se todos precisam ser cuidados
se dentro de cada peito apertado
há um choro censurado?
Se vivemos numa incerteza sem fim
se estamos juntos, mas todos a sós
quem vai cuidar de mim?
Quem vai cuidar de nós?
Marina N. Martins, novembro/2015
344
Tudo meu
A minha cama é minha
A bagunça dela também
Eu durmo, a bagunça vai pra cadeira
Que é minha também
Ta tudo no quarto
Também bagunçado
Tudo meu
Tudo meu também
As roupas
Mesmas roupas
São minhas
A vida
A casa
A aula
O trabalho
Tudo meu
Mas tão meu
Tão, mas tão meu
Que não
Aguento
Mais.
Marina N. Martins, novembro/2015
343
Súplica
Quando seres humanos não bastam
E o espaço externo oprime
Dos seres humanos nos afastam
Até parece que a natureza reprime
As águas, as folhas disfarçam
O que aparece delas não mostra
A natureza que quero alcançar
O que alcanço é como uma crosta
Da qual não consigo me libertar
O que busco dele é o céu
Que pode me fazer voar
Preciso que o mundo me deixe ao leo
Alguém por favor me tira desse lugar
Marina N. Martins, novembro/2015
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