quinta-feira, 30 de junho de 2011

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Ausência do céu

Suplico-te que voltes para mim.
Não entendo porque foste embora assim
tão de repente.
Nem uma palavra tive tempo de dizer
e agora só existo mesmo para sofrer.

Como meus dias serão dias?
Tu levaste contigo teus cabelos longos como as horas,
tua boca macia como as nuvens,
teus beijos arrepiantes como a brisa,
tua beleza ofuscante como o sol.

Como minhas noites serão noites?
Fugiram contigo as estrelas de seus olhos,
a lua que carregas no lugar do coração,
a escuridão de certas palavras tuas,
a infinidade de seus sorrisos.

Como pode um homem viver sem o céu?
Como pode viver sem a noção do tempo,
contando para que terminem as horas
intermináveis que ele passa sem te ter,
incontáveis que ele passa sem te ver.

Marina Martins

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