segunda-feira, 11 de junho de 2012

Freud explica?


Ela encontrava-se deitada em uma cama de solteiro sem nenhum lençol ou algo parecido. Vestia uma longa camisola branca, que cobria os braços e as pernas. O quarto era um quarto comum, no entanto, aflitivo. Talvez para qualquer outra pessoa, não fosse aflitivo, mas a deixava aflita. Ela tentava gritar, mas o grito não saía. Ela abria a boca e forçava a garganta, que ardia, mas não conseguia gritar. Forçava mais e mais seu corpo inteiro, de maneira que sentia até dor na barriga, mas o grito não saía. Ela suava frio, estava nervosa e começava a se debater na cama; socava o colchão. Mesmo assim, ninguém escutava. Escutariam se ela pudesse gritar, mas não havia jeito: ela não conseguia. Ela já estava ofegante, chorando de aflição, a camisola estava transparente de tão molhada. Foi então que, talvez por obra do inconsciente, ela acordou. Com um susto e seu blusão encharcado, ela sentou-se rapidamente em sua cama, num impulso. Nervosa, tentou gritar. Mas o grito não saía.

Marina Martins

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Sãos

Nossos corações.
Nossas respirações.
Nossos sonhos.
Nossos sons.

 Marina Martins

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Nostalgia inspirada em Vinicius

Você é um passado distante
Mesmo que seja ele recente
“De um calmo amor prestante”
E um antigo “desejo maciço e permanente”

Em que eu queria contigo, a cada instante
Viver aquele puro amor inocente
Mas aquela vontade de ter te visto antes
Às vezes me deixava doente

Marina Martins

terça-feira, 5 de junho de 2012

É a idade...

Levanta do sofá da sala e senta-se novamente à sua escrivaninha.
Sente falta de certo objeto.
Levanta da escrivaninha e vai novamente à sala.
-Ué! Cadê meus óculos?
O pai nem ouve a pergunta.
Sai da sala e senta-se novamente à escrivaninha.
-Ah!
Os óculos estavam em cima da escrivainha. Exatamente na sua cara.

Marina Martins

Mazô


Embreagando-me de desnecessários detalhes indesejáveis.

MM.

segunda-feira, 4 de junho de 2012

Lógica.

60, cê deita, 70, cê desiste.

Marina Martins