Sentei
em frente ao meu computador e fiquei pensando sobre o que deveria escrever.
Assim, lembrei que minha amiga havia postado, em um grupo no Facebook, algo que
merece ser falado. O post dela era sobre uma foto que Daniela Mercury colocou
na internet onde beijava sua mulher, por conta de um episódio ocorrido em São
Sebastião no último domingo, dia 15. Não é sobre a foto de Daniela que quero
falar, mas sim sobre o que aconteceu em São Sebastião. Em poucas palavras,
Marco Feliciano expulsou de seu culto duas meninas que se beijavam. As meninas
estavam lá manifestando contra o pastor e, quando deram um beijo, Feliciano
mandou os policiais militares presentes as retirarem de lá – algemadas. Quem
assistia ao culto, aplaudiu. Resumi porque não estou escrevendo para contar em detalhes
o episódio; para isso, vale conferir a matéria que saiu no G1, que tem um vídeo
da TV Vanguarda, e o vídeo que mostra o momento em que elas foram expulsas do
culto.
Enfim,
fatos como esse me deixam indignada. O que me revolta não é apenas o que o
Feliciano fez nesse dia, mas o que ele faz sempre. E o que mais me revolta é
pensar que um “ser humano” desses está ocupando o posto de deputado federal e
presidente da Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara dos Deputados.
Espera... É ISSO MESMO? Esse mesmo cara que expulsa duas meninas por se
beijarem ocupa o papel de defensor dos DIREITOS HUMANOS? O que são direitos
humanos para ele? Na boa, o que são
humanos para ele? Porque, na minha opinião, uma atitude dessas não viola
somente os direitos humanos, mas as próprias pessoas. Eu me sinto plenamente
atingida por tudo que esse cara fala, principalmente em relação aos
homossexuais. Não, não sou homossexual. Não é preciso ser gay para ter vergonha
e nojo do que o Marco Feliciano diz e faz. Eu, como ser HUMANO pleno de
DIREITOS me sinto ofendida tendo alguém como ele, não só na Câmara dos
Deputados, como no meu país. Tenho vergonha de saber que esse cara fala a minha
língua e atende pela mesma nacionalidade que a minha, mas, mesmo assim, no país
em que vivo, ele ocupa as posições que ocupa. Tenho nervoso em ver um público
vibrando no momento em que ele manda policiais prenderem pessoas que se beijam.
Tenho nojo de ouvir a voz e olhar para a cara dele.
Fico
pensando porque ainda não fomos para as ruas tirar essa pessoa do campo
político, começando pelo posto presidencial que ele ocupa. É mais do
revoltante, é INADMISSÍVEL que um cara que defende uma palhaçada chamada de
“cura gay” esteja numa posição de defesa dos direitos humanos. Feliciano,
lamento as suas atitudes, lamento a sua existência. Se eu esbarrasse em você,
eu iria presa por agressão (no mínimo) e acredito que muitos se sentem como eu.
Dizer que você não me representa é mais do que óbvio. Quem se sente
representado por você, sinceramente, não merece o meu respeito, nem o de
ninguém. A dica que eu te daria é que quem precisa ser curado é você, mas não
imagino que um ser como você consiga ser curado. Essa sua doença aí é
gravíssima e, assim como a homossexualidade, não tem cura. No seu caso,
infelizmente.
Para
um pouco de distração e diversão, recomendo os vídeos geniais do Porta dos
Fundos, "Cura" e "Deputado".
Marina Martins
Nenhum comentário:
Postar um comentário