quarta-feira, 18 de setembro de 2013

Um marco infeliciano



Sentei em frente ao meu computador e fiquei pensando sobre o que deveria escrever. Assim, lembrei que minha amiga havia postado, em um grupo no Facebook, algo que merece ser falado. O post dela era sobre uma foto que Daniela Mercury colocou na internet onde beijava sua mulher, por conta de um episódio ocorrido em São Sebastião no último domingo, dia 15. Não é sobre a foto de Daniela que quero falar, mas sim sobre o que aconteceu em São Sebastião. Em poucas palavras, Marco Feliciano expulsou de seu culto duas meninas que se beijavam. As meninas estavam lá manifestando contra o pastor e, quando deram um beijo, Feliciano mandou os policiais militares presentes as retirarem de lá – algemadas. Quem assistia ao culto, aplaudiu. Resumi porque não estou escrevendo para contar em detalhes o episódio; para isso, vale conferir a matéria que saiu no G1, que tem um vídeo da TV Vanguarda, e o vídeo que mostra o momento em que elas foram expulsas do culto.

Enfim, fatos como esse me deixam indignada. O que me revolta não é apenas o que o Feliciano fez nesse dia, mas o que ele faz sempre. E o que mais me revolta é pensar que um “ser humano” desses está ocupando o posto de deputado federal e presidente da Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara dos Deputados. Espera... É ISSO MESMO? Esse mesmo cara que expulsa duas meninas por se beijarem ocupa o papel de defensor dos DIREITOS HUMANOS? O que são direitos humanos para ele?  Na boa, o que são humanos para ele? Porque, na minha opinião, uma atitude dessas não viola somente os direitos humanos, mas as próprias pessoas. Eu me sinto plenamente atingida por tudo que esse cara fala, principalmente em relação aos homossexuais. Não, não sou homossexual. Não é preciso ser gay para ter vergonha e nojo do que o Marco Feliciano diz e faz. Eu, como ser HUMANO pleno de DIREITOS me sinto ofendida tendo alguém como ele, não só na Câmara dos Deputados, como no meu país. Tenho vergonha de saber que esse cara fala a minha língua e atende pela mesma nacionalidade que a minha, mas, mesmo assim, no país em que vivo, ele ocupa as posições que ocupa. Tenho nervoso em ver um público vibrando no momento em que ele manda policiais prenderem pessoas que se beijam. Tenho nojo de ouvir a voz e olhar para a cara dele.

Fico pensando porque ainda não fomos para as ruas tirar essa pessoa do campo político, começando pelo posto presidencial que ele ocupa. É mais do revoltante, é INADMISSÍVEL que um cara que defende uma palhaçada chamada de “cura gay” esteja numa posição de defesa dos direitos humanos. Feliciano, lamento as suas atitudes, lamento a sua existência. Se eu esbarrasse em você, eu iria presa por agressão (no mínimo) e acredito que muitos se sentem como eu. Dizer que você não me representa é mais do que óbvio. Quem se sente representado por você, sinceramente, não merece o meu respeito, nem o de ninguém. A dica que eu te daria é que quem precisa ser curado é você, mas não imagino que um ser como você consiga ser curado. Essa sua doença aí é gravíssima e, assim como a homossexualidade, não tem cura. No seu caso, infelizmente.

Para um pouco de distração e diversão, recomendo os vídeos geniais do Porta dos Fundos, "Cura" e "Deputado".

Marina Martins

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