terça-feira, 25 de outubro de 2011

222

Contradição

Quando via os outros chorando, sorria.
Enquanto os outros sorriam, chorava.
Quando tinham dúvidas, sabia.
Enquanto acreditavam, duvidava.

Se ninguém quisesse, gostaria.
Se todos odiassem, amava.
Quando todos ficavam, saía.
Quando todos iam embora, ficava.

Nos grupos, estava sozinha.
Nas duplas, formava trio.
Enquanto os outros perdiam, ela tinha.
Enquanto fazia calor, sentia frio.

Quando havia ordem, queria contradição.
Quando todos se achavam, estava perdida.
Enquanto estavam parados, precisava de ação.
Sempre contrariando, acabou sem vida.

Marina Martins

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