segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Oi.

É tão estranho. É só um “oi”, mas tão estranho. Você se contorce na cadeira, treme, pensa se deveria mesmo fazer isso, como se fosse um pedido de casamento. Mas não, é simplesmente um “oi”. O que há de errado nessa simples palavrinha, afinal? Você fecha os olhos, digita e envia. Dentro de você, o sentimento de “o que foi que eu acabei de fazer?” e o de “tomara que ele me responda” se misturam e lhe deixam sentindo-se como doida. O mais estranho é que é só um “oi”, nada mais além de um “oi”. Um “oi” sem compromisso, mas que sente falta e saudade. E você sabe que talvez esta falta de compromisso seja exatamente o que dificulta o diálogo entre vocês. Mas você sente falta, você só quer um amigo. Por que será que ele lhe ignora? Por que será que todas as suas tentativas falharam? E o pior: você diz que vai parar de tentar, mas não quer parar. Você acha que deve parar de tentar, mas por outro lado acha que não deve. Você tem a esperança de que algum dia ele retribuirá sua saudação e vocês vão conversar. Faz tanto tempo! O que será que ele sente quando vê que você fala com ele? Por que ele não responde? Você só queria saber como ele está. Faz tanto tempo... em pensar que um dia tudo foi tão diferente, vocês estavam perto e agindo quase que naturalmente, se é que podemos chamar aquilo de natural. E isso faz tanto tempo! Hoje em dia, ele nem responde seu “oi”. É tão injusto. E tão estranho.

Marina Martins

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