Então você percebe.
E então você percebe.
Percebe que está cercado
de mentiras
que te fazem sentir como
uma inocente
idiota
burra
e te chateiam como uma se você
fosse
uma criancinha
decepcionada
ao descobrir que não existe
nenhum Papai Noel.
Você percebe que quem
menos devia,
ou quem menos precisaria,
acoberta-se de invenções
que te enrolam histórias,
tentando parecer
convincentes.
Você percebe que está
triste,
sente novamente vontade de
chorar,
gritar,
chutar,
cada vez menos de falar.
Você percebe que há um nó
em sua garganta
de tristeza e decepção.
Você percebe que está
sendo traído,
mesmo que não haja
concreta traição.
Você percebe que está
angustiado,
triste,
se sente abandonado.
Você percebe que explodiu
seu mundo de ilusões,
sua utopia de sonhos e
relações.
E então você percebe
que de vez em quando se
cala demais.
Você aceita demais.
É bom demais.
Mesmo que achem que não.
Marina Martins
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