terça-feira, 6 de novembro de 2012

308


PÁlma

Pobre de ti:
nasceste mosquito.
Tu até deves rir
com o quanto me irrito.

Teu barulho agonizante
me desperta à noite,
ó mosquito implicante!
Levarei-te ao açoite.

Tua figura nefasta
marca em mim uma picada.
O teu voo que te arrasta
deixa-me atordoada.

Ó desgraçado inseto!
Afasta de mim tuas asas,
que te atinjo num golpe certo,
e então no chão tu repousas.

Já estou por aqui
com teu pudor infinito (PÁ!)
(Bem feito.) Pobre de ti:
nasceste mosquito.

Marina Martins

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