segunda-feira, 24 de maio de 2010

Eternamente Drummond - Para dormir bem

Agora só uma frasesinha para eu poder dormir bem e sonhar com coisas boas. Aí vai, mais Dummond para vocês:

"Eterno é tudo aquilo que dura uma fração de segundos, mas com tamanha intensidade que se petrifica e nenhuma força consegue destruir ”. 

Carlos Drummond de Andrade

segunda-feira, 17 de maio de 2010

Para sempre Drummond

Estou postando esta poesia, pois, além de ser linda, há um significado grande para mim. É que quando a mãe da minha avó faleceu, ela escreveu à mão essa poesia e a minha tia encontrou isso e colocou para cada filha em um porta-retrato, já que minha avó faleceu em 2008. Então eu me emociono muito quando leio esta linda poesia, principalmente com a letrinha da Vovó. É isso, aproveitem mais uma obra do meu poeta inspirador.

Para sempre

Por que Deus permite
que as mães vão-se embora?
Mãe não tem limite,
é tempo sem hora,
luz que não apaga
quando sopra o vento
e chuva desaba,
veludo escondido
na pele enrugada,
água pura, ar puro,
puro pensamento.

Morrer acontece
com o que é breve e passa
sem deixar vestígio.
Mãe, na sua graça,
é eternidade.
Por que Deus se lembra
- mistério profundo -
de tirá-la um dia?
Fosse eu Rei do Mundo,
baixava uma lei:
Mãe não morre nunca,
mãe ficará sempre
junto de seu filho
e ele, velho embora,
será pequenino
feito grão de milho.

Carlos Drummond de Andrade

quinta-feira, 13 de maio de 2010

Poesia 9

Um mundo pela frente

Será que ninguém percebe o que está acontecendo?
O mundo está acabando aos poucos
E ninguém está entendendo

Ninguém faz nada
E cada vez mais eu fico chateada
Se me chamam de louca, neurótica
Eu nem me comovo
Prefiro me preocupar com a loucura do povo
Loucura de quem não percebe
Que o mundo é que está louco

Não sabe mais o que faz
É que ele precisa de ajuda
Sozinho, ele não é capaz
Ele precisa de pessoas atenciosas
Cientes do que está acontecendo
Quem sabe um dia, talvez
Alguém acabe me compreendendo

Marina Martins

Poesia 8


Vamos

Venha, mas não demore
Não é que não temos tempo
Nós temos, não se apavore
Porque quando se trata de amar
Nunca é tarde
Mas te quero logo
Essa é a verdade

Venha, vamos fugir
Para um lugar longe daqui
Talvez o sol, a lua, as estrelas, o céu, o mar
Não importa para onde
Mas quero ir logo
Aí é que está

Venha, mas vamos logo
Porque o tempo acaba acabando
E o amor também
Então não deixemos que o amor acabe, meu bem

Vamos aproveitar enquanto ele existe
Vamos imaginar que ele é uma criança
Ainda com muita vida pela frente, muita esperança
Para aproveitarmos intensamente
Esse tempo de amor, esse tempo de bonança

Marina Martins

Poesia 7

Nuvem

Vejo as nuvens se moverem com o vento
E penso que queria estar em uma delas
Ou ser uma delas
Também sendo levada
Também flutuando no nada

Sem ter rumos
Ou compromissos
Não mais problemas
Ou dilemas

Apenas morando numa imensidão azul
Observando o mundo de cima
E fazendo chover
Quando bem entender
Sem precisar me preocupar com nada
Somente sendo levada

Marina Martins

Poesia 6

Mais um daqueles círculos viciosos

Curtição:
A vida é bela
O amor ta aí
Mas faço o que der na telha!

Paixão secreta:
A vida é linda
O amor é lindo
Ele gosta de mim
Mas nem sabe quem sou!

Paixão platônica:
A vida é maravilhosa
O amor é maravilhoso
Ele é maravilhoso
Todos somos maravilhosos!

Paixão correspondida:
A vida é uma dádiva
O amor não tem explicação
Ele me ama, eu amo ele
E é isso que importa!

Paixão não-correspondida:
A vida é normal
O amor é um saco
Ele não gosta de mim
E nem me conhece!

Pós-paixão:
Dane-se essa tal de vida
Dane-se esse tal de amor
Eu vou é curtir a minha
E esquecer a minha dor!

E lá vamos nós outra vez.

Marina Martins

Poesia 5


Mundo Fútil

Enquanto a Prada
For mais importante
Do que uma pessoa amada

Enquanto a Dior
For mais importante
Do que se curar uma dor

Enquanto a Chanel
For mais importante
Do que acabar com o que é cruel

Enquanto a Abercrombie
For mais importante
Do que deixar o pensamento ir longe

Enquanto a Louis Vuitton
For mais importante
Do que qualquer dom

Enquanto a Hollister
For mais importante
Do que uma pessoa que não tem o que comer

Enquanto a Tommy
For mais importante
Do que pessoas sem nome

Enquanto a Lacoste
For mais importante
Do que uma personalidade forte

Enquanto a Diesel
For mais importante
Do que melhorar o sofrível

Enquanto a futilidade
For mais importante
Do que o amor
Não adianta
Não cessará a dor
Dor talvez não sentida por você
Mas por muita gente que não tem onde viver
Que da vida não sabe o que fazer

Enquanto a grife
For mais importante
Do que o bem da gente
Não adianta
O mundo não irá para frente

Marina Martins

quarta-feira, 5 de maio de 2010

Outra Ela e Outro Ele


Ela procurava um homem, ele procurava uma menina.
Ela procurava o amor, ele procurava a curtição.
Ela procurava beijos apaixonados, ele procurava beijos diferenciados.
Ela procurava um olhar, ele procurava várias bocas.
Ela procurava palavras bonitas, ele não procurava palavra alguma.
Ela procurava alguém especial, ele procurava muitas que nem saberia o nome.
Ela procurava um só colo, ele procurava muitos.
Ela procurava se apaixonar, ele tinha medo da paixão.
Até que Ela encontrou Ele. Encontrou alguma coisa nele.
Até que Ele encontrou Ela. Encontrou algo diferente nela. E pensou que poderia mudar.
Ela encontrou nele a paixão, alguém especial, um homem, o amor, os beijos apaixonados, o olhar, as palavras bonitas, um colo.
Ele encontrou-se nela. Percebeu que não queria mais nenhuma menina qualquer, curtição, vários beijos e bocas, esquecer ou nem perguntar nomes, ter medo da paixão. Ele queria a paixão, alguém especial, uma mulher, um olhar, o amor, beijos apaixonados, palavras bonitas, alguém para colocar no colo. E isso, Ele encontrou nela.
Ele e Ela não sabiam até quando tudo isso ia durar, mas sabiam que estavam felizes e que tudo o que importava naquele momento era o presente, nada mais que o presente, e o fato deles saberem que se amavam. Não importava até quando.

Marina Martins

Poesia 4


Crenças

Sei que príncipes encantados só existem em contos de fadas
E que contos de fadas não existem
Só existem em sonhos

Sei que alguns sonhos não se realizam
Na verdade a maioria deles não passa de sonhos apenas
Sei que sonhamos com o perfeito, com o ideal
Mas o perfeito e o ideal também não existem

Sei que no final às vezes não dá certo
Mas sei que também pode dar
Sei que amores são imperfeitos e até não-correspondidos
Mas eles podem ser correspondidos e tentarem alcançar a perfeição
Mas sei que eles não conseguem

Sei que não sei de tudo
Às vezes sei de muito
Às vezes sei de pouco
Há pessoas que me chamam de inteligente, de culta
Mas sei que não passo de uma ingênua conhecedora do mundo
Sei que cada vez conheço e aprendo mais
E sei que gosto de conhecer e aprender mais

Sei que não acredito em tudo
Mas acredito em muita coisa

Acredito no meu príncipe
Talvez não encantado
Mas um príncipe
Acredito que podemos construir algo que beira um conto de fadas
Acredito em amor à primeira vista
Afinal, comigo, eles acontecem a toda hora
Acredito que tudo pode dar certo
Acredito em tanta coisa, que não vou nem falar
Mas e daí?
O importante não é falar, é apenas acreditar.

Marina Martins

Viva Malhação?

Hoje, pela quarta vez (eu acho) estava vendo Malhação. Pode ser esquisito, mas sempre que vejo Malhação fico refletindo. Reflito porque o programa existe há 15 anos e há 15 anos que o tema central não muda, é sempre o mesmo: o mocinho e a mocinha se amam, mas sempre há vários obstáculos para eles ficarem juntos, incluindo os (as) vilões (vilãs) e mesmo com todos esses obstáculos, eles finalmente ficam juntos. Não é lindo? Sim, na primeira temporada deve ter sido realmente lindo (até porque minha irmã era a protagonista, então com ela deve ter ficado realmente lindo! Hahaha), mas 15 anos com uma mesma história não dá. As pessoas não tem mais criatividade? É, acho que não.

Além disso, os textos de Malhação não estão legais e há muitos atores novos e talentosos lá que não conseguem fazer bem o papel, ou até atores conhecidos e bons que também não conseguem fazer bem o papel. O texto realmente não está colaborando com os atores. O Fiuk, por exemplo, me surpreendeu com a sua excelente atuação em As melhores coisas do mundo, mas em Malhação, ele está sem graça. Há muitos outros também, como os que fazem os comediantes, a que faz a Cristiana, entre outros, que estão bobos no programa, mesmo mostrando que têm talento. Mas tudo bem, no final eles acabam fazendo outros papéis e se dão bem na vida né... Fiuk que o diga!

Bom, vou indo, pois quero dormir cedo para ficar descansadinha, afinal amanhã é mais um dia! E dia de Tablado! Nossa, Tablado é a melhor coisa da semana. Enfim, boa-noite a todos que leêm esse blog. E afinal, será que alguém lê esse blog? Bom, isso não é importante agora. Apenas boa-noite e bons sonhos (se não conseguirem ter nunca bons sonhos, resolvam seus problemas tendo um "filtro dos sonhos", eu juro que está funcionando comigo!).

terça-feira, 4 de maio de 2010

Poesia 2


Tempo, tempo, tempo

Preciso de tempo
Para ter tempo
De ter tempo.

Tempo para poder parar
Parar e pensar
E voltar a pensar em ter tempo.

Enquanto eu não tiver tempo
De ter tempo
Não terei nenhum tempo.

E se o tempo de ter tempo
Vai ser curto ou longo
Eu não sei
Mas quando tiver tempo
Sei que feliz ficarei.


Marina Martins

Poesia 3


Sinto falta

Sinto falta de amor,
Sinto falta de respeito,
De um coração sincero que bata no peito.

Sinto falta de carinho,
Sinto falta de afeto,
De gente que eu gostaria de estar mais perto.

Sinto falta de boas palavras,
Sinto falta de boas ações,
De algo que uma sentimentos de dois corações.

Sinto falta de romantismo,
Sinto falta de mais cor,
De votos sinceros de amor.

Sinto falta de um alguém,
Sinto falta da minha avó,
Não sei, às vezes me sinto tão só!

Marina Martins

Poesia 1

Agora vou postar três poesias feitas por mim... enjoy!, haha.


Ilusão na ameaça

Dia nublado
Espero meu pai chegar
Estou num banco, na frente do mercado
Estava em outro, mas troquei
A moça fumava
E tenho horror a cigarro.

O dia escurece de repente
Escuto o vento sobrar
E as pessoas percebem
A ameaça: vai começar a chover.

A chuva mobiliza as pessoas
Vejo passos apressados
São pessoas que não querem se molhar.

Vejo gente correndo
São pessoas com medo da chuva.

E vejo gente sem pressa
São pessoas que acham que ficarão secas.
É, as pessoas são mesmo iludidas.


Marina Martins

Molho de tomate

Esse texto que estou postando foi escrito por mim, no ano passado, e para fazê-lo me indpirei em uma história que aconteceu com a minha irmã, que por sua vez, adorou meu texto. Espero que quem leia goste também, boa leitura!

Molho de tomate

Ele era o homem da minha vida. E esse era o almoço da minha vida. E acabou sendo o dia mais estranho da minha vida. E nessa minha vida, eu tenho sempre que estragar tudo, sempre mesmo, tudo mesmo. E o pior: eu tinha conseguido parar de fumar, mas depois desse episódio eu voltei à estaca zero. Ou não. Tudo uma droga, eu sei. Mas pelo menos, depois do acontecido, pude perceber que o “pior” dia da minha vida se torna estranho, virando o melhor.

Era um domingo de manhã, com a segunda-feira seguinte de feriado, e após um banho, lá estava eu, me arrumando. Coloquei o meu vestidinho rosa claro com listras rosa - choque, um lencinho branco no pescoço, minha sandália dourada (com as unhas vermelhas), uma flor branca no cabelo, peguei minha bolsa branca, peguei meu carro e fui pra casa dos meus sogros.

Chegando lá, o Caio, meu quase-noivo, atendeu a porta pra mim e eu, tímida, não pude nem dar um beijinho, só na bochecha. Dirigiu-me até a sala de estar e lá estavam eles: Dona Edite e Seu Marcos, no sofá azul – que combina com a parede e com o resto da sala – esperando por mim. Os dois se levantaram e eu os cumprimentei, pedindo desculpas pelo meu sotaque gaúcho que poucos gostam. Por sorte, essa era uma família que se encaixava nos “poucos”. Ainda bem, que sorte!

Pediram para que eu botasse minha bolsa na mesinha de centro e nós quatro começamos a conversar, até que a empregada, Rosamaria-tudo-junto, nos chamou para o almoço. E adivinha o que era? Uma massa qualquer com MOLHO DE TOMATE. E vocês devem pensar: qual é o problema do MOLHO DE TOMATE? Simples. Eu sou alérgica a MOLHO DE TOMATE e tinha me esquecido de falar isso com o Caio. Sou burra. Como já disse, eu sempre estrago tudo, até porque, com a minha timidez insuportavelmente ridícula eu não consegui nem abrir a boca pra contar sobre a minha alergia, ou sequer forjar um espirrinho e uma coceirinnha. Sou realmente burra. Eu tinha que ter feito aquele curso de teatro que me ofereceram, que grande oportunidade! Mas isso não vem ao caso.

Durante o almoço, eu comecei a ficar meio inquieta, então a família me perguntou se eu estava bem. Respondi que sim, mas uns dois segundos depois, perguntei onde ficava o banheiro. Fui para a primeira porta à direita, entrando sem querer num quarto, acho que de hóspedes e fui chamada atenção: primeira porta à ESQUERDA. Lá fui eu. Cheguei ao banheiro, me sentindo mal, e sentei no vaso. Depois ainda vomitei. E fiquei um pouco vermelhinha depois disso. Caio bateu na porta me perguntando se eu estava bem e eu menti de novo, dizendo que sim. Deu para ver que ele estava preocupado. Mas sua preocupação não me preocupava naquela hora, não MESMO. Quando, finalmente, eu fui dar descarga, começou de verdade o meu problema. É, piorou, pois TUDO na minha vida piora.

A descarga era daquelas que, se você apertar uma vez, ela dispara. Só que eu não sabia disso, então fiquei apertando. Quando parei de apertar, ela disparou. E nada da descarga se acalmar. Quando eu vi, a água do vaso transbordava, mas transbordava mesmo! Uma coisa absurda e fedida que me fez ficar enjoada e fedida. Comecei a sentir a água aos meus pés, e já não tinha mais jeito. Eu não sabia o que fazer, então, para variar, eu fui covarde. Abri a porta do banheiro, saí correndo por sobre a água, peguei a minha bolsa na mesinha e fui embora sem dizer uma palavra, apenas vermelha: de alergia, de vergonha, de chorar, aos prantos (coisa típica minha). Eu não queria saber de nenhum dos três gritando e correndo atrás de mim, apenas abri a porta, saí correndo e depois a bati com toda a força. Eu tive força pelo menos nesse momento. A minha sorte foi que o elevador estava lá, foi a minha primeira sorte no dia.

Como era 16º andar, eu ainda tinha tempo dentro do elevador com cheiro forte de perfume misturado com cigarro. Foi aí que eu me lembrei que cigarro era a solução. Mas havia tempo que eu não fumava, então comecei a revistar a minha bolsa, até achar o bendito cigarrinho dentro de uma partezinha da bolsa. Pedi um isqueiro ao porteiro, saí correndo do prédio e peguei um táxi. – minha segunda sorte do dia foi pegar um táxi vazio logo que eu saí do prédio – Foi aí que o Caio começou a me ligar. E eu me recusava a atender, pelo menos por enquanto. Ele me ligou duzentas vezes, até que eu resolvi desligar o celular. Parei em um bar qualquer e comprei um maço de cigarros, eu não me aguentei. E isso de eu não me aguentar é uma droga completa. Cheguei ao meu prédio e subi os cinco andares de escada, só para poder fumar. Por favor, tentem não pegar esse vírus que é o cigarro. É serio, é horrível. Mesmo.

Entrei em casa e vi que a secretária eletrônica estava piscando. Resolvi não me acovardar e vi os quatro recados. Quatro recados do Caio pedindo que eu ligasse para ele. Eu me recusei. Fumei mais cinco cigarros e depois isolei o maço pela janela, junto com todos os meus isqueiros. Terceira sorte a minha de não ter acertado a cabeça de alguém. Comecei a tossir e, de novo, eu estava vermelha. Bebi água, escovei os dentes, tomei um banho de espuma demorado e tomei um chá de camomila para TENTAR me acalmar.

A campainha tocou e eu fui atender. “Quem é?” “É o João, porteiro. Mandaram entregar flores pra senhora.” Eu olhei pelo olho mágico e não vi um rosto, apenas rosas. Rosas cor-de-rosa, vermelhas, brancas, amarelas, lilás. Abri. As rosas se abaixaram e lá estava Caio. “Você está louco.” Quando eu ia fechando a porta, ele me impediu com o pé e entrou, deixando as flores em cima da mesa. “Você fumou, Duda.” “Afinal, Caio, o que você quer?” “Nossa, adivinha! Duda, por que você saiu correndo? A gente tem que conversar.” Nós nos sentamos no sofá e eu TIVE que me explicar para ele. “E agora, Caio, pode ir. Sei que você não quer mais saber de mim. Nunca mais. Acabou por aqui nossa história. Tchau.” “Ah, Maria Eduarda, não seja ridícula! Isso foi um incidente, não foi de propósito, porque eu te conheço. Você não disse nada sobre sua alergia e não quis dizer nada quando nós perguntamos se estava tudo bem. Mas mesmo assim, meus pais não estão TÃO chateados com você, já estão concertando nosso banheiro. E mesmo que estivessem, isso não ia influenciar nada na minha vida, porque eu amo você e logo hoje, logo HOJE, tinha que ter dado tudo errado! Droga!” “O que você quis dizer com isso, Caio?” “Vem cá que eu te mostro!

“Nisso, o louco do meu quase-noivo abriu a porta da minha casa, não trancou, e me levou, descalça, de blusão e moletom, para o terraço do meu prédio. O terraço é um lugar aberto, com uns jardins e uns brinquedos para crianças. Mas quando nós chegamos lá, estava todo iluminado com luzinhas de Natal, estava tocando uma música do nosso artista preferido e havia muitas rosas. Além de fotos nossas e cartinhas espalhadas pelo terraço e um violão encostado à parede. O violão dele. Era uma noite linda, cheia de estrelas no céu e uma lua que parecia com um queijo.

“Caio, o que é...” Eu fui interrompida “Duda, olha, não era para isso ser aqui, era para ser no almoço, isso foi improvisado, comprei tudo agora! As luzes, imagens e cartas eu peguei lá em casa, então se eu pudesse, eu faria melhor, eu juro! Eu sei que somos novos, e todas essas coisas, e que temos toda uma vida pela frente, e tal, mas essa vida que eu tenho pela frente eu quero viver com você. Isso é o que eu mais quero. Por isso, precisava fazer isso hoje, e agora, antes de meia-noite, porque hoje seria o dia do pedido de casamento que meu avô fez à minha avó. Acho que seria bem legal. E como ainda são onze horas, eu consegui arranjar um tempo e preparar tudo isso para fazer esse pedido: Maria Eduarda, você aceita se casar comigo?” Caio estava segurando um anel brilhante dentro de uma caixinha rosa choque. E esse anel era MEU.

#*¨&$%$%@@@%#¨%¨&(**¨&()%¨$!!! CA-RAM-BA! A QUARTA SORTE DO MEU DIA, E QUE SORTE! Por um momento, eu esqueci como se respirava e como se falava. Então fiquei muda. Quando percebi que estava prendendo o ar, eu o soltei, junto a um “Sim, Caio, mas que pergunta!” O meu noivo sorriu, colocou o anel em meu dedo e uma lágrima escorreu do rosto dele “Desculpe, não me aguentei.” “Caio, olhe para MIM!” Eu estava vermelha, aos prantos, tentando respirar normalmente, enquanto ele deixou ESCAPAREM lágrimas.

Quando percebi, estava ajoelhada, na frente do meu noivo, com seu lindo e choroso rosto em minhas mãos (e uma delas estava com um anel divino), beijando-o. Depois de ele perceber que eu estava sem fôlego, ele parou de me beijar, levantou-se, me deixando ridiculamente parada e tonta no chão, pegou o violão e sentou ao meu lado. Encostamos-nos em um dos canteiros e meu noivo começou a tocar pra mim. Era a nossa música. Eu deitei minha cabeça em seu ombro. Lembrei-me de minha casa aberta, mas logo me desliguei. Achei melhor e mais interessante me preocupar apenas em ficar aconchegada no ombro do homem da minha vida, em cantar e apreciar a lua.

Marina Martins

Uma droga em comum

Estou postando essa poesia, pois foi feita por uma das minhas melhores amigas, Mariana, em um dia que estávamos muito inspiradas em Itaipava e começamos a escrever várias poesias, escrevemos umas três ou quatro. Ou mais. Enfim, essa dela ficou muito boa e pensei "Por que não colocar no blog?", e já que ela deixou, desfrutem com prazer a leitura!


O Céu é Minha Droga
Hoje
Eu pretendia me deitar na grama
E olhar as estrelas
Mas o céu está cheio de nuvens
Não vejo nem a lua
A única coisa que vejo
São os clarões que fazem os relâmpagos
O que é lindo
Mas também não vejo
A direção dos raios
Para mim
O céu é como uma droga
Me faz viajar
Meus pensamentos atingem um estado louco
Eu me sinto uma lunática
Pensando em milhões de coisas
Quando estou a contemplar o céu
Aqueles pequenos pontinhos brancos
Me vem uma inspiração energizante
Que é sempre interrompida por alguém que me chame
Alguém inconveniente
Que me faz sair desse estado de espírito alucinado
E voltar ao mundo real
Mariana Gazzola

Amor em Vinícius


Resolvi postar essa poesia de Vinícius, pois uma amiga minha me mostrou e eu achei tão linda, mas tão linda, que merecia um lugarzinho aqui nesse meu humilde blog. Aí vai:
Amor em paz
 
Eu amei
Eu amei, ai de mim, muito mais
Do que devia amar
E chorei
Ao sentir que iria sofrer
E me desesperar

Foi então
Que da minha infinita tristeza
Aconteceu você
Encontrei em você a razão de viver
E de amar em paz
E não sofrer mais
Nunca mais
Porque o amor é a coisa mais triste
Quando se desfaz

Vinícius de Moraes

Pendência

Nossa, estou há muito tempo sem postar. Mas é que, quando arranjo um tempo, acabo me esquecendo de postar no blog, essa é a verdade. Tenho algumas postagens pendentes a fazer...

Queria começar dizendo que semana passada eu fui ao Detran para fazer a minha identidade e a mulher que me atendeu primeiro (Renata era seu nome, por obséquio) como um cocô pisado no meio da rua, sem exageros. Cada vez me irrito mais com essas pessoas que não tratam as crianças e os adolescentes bem, quem elas pensam que são? Ficam falando mal comigo, me ignorando, mechendo no celular enquanto me atendem... dei mole de mandar um "Olha aqui, se você ta com problemas, vai fazer terapia, porque não é em mim que você vai descontar!". Próxima pessoa que resolver me tratar mal vai receber isso, e olha que eu acho isso pouco.

Agora queria dizer que fui ao show da Maria Gadú, no último sábado (01 de maio) e foi maravilhoso! Sério, a Gaduzinha é muito talentosa, merece todo sucesso do mundo, porque a mulher é foda! Foi mal o palavrão, mas foi inevitável. E domingo me diverti muito. Nossa, nunca me diverti tanto em Ipanema! É sério, foi muito bom meu fim-de-semana.

Acho que para essa postagem, é só isso mesmo. Pelo menos é o que eu to me lembrando agora. Boa semana para todos!