Tal
Sou como qualquer outro fulano
Chamado apenas pelo sobrenome
Sou apenas mais um ser humano
Com sorte de não passar fome
Ganho tanto de salário
Passo o dia em um almoxarife
Sou apenas mais um otário
Que vai a restaurantes pedir bife
Detesto aprender matemática
Nunca fui bem no boletim
Cresci sem saber gramática
Às vezes olham feio para mim
Sou o ser humano de número tal
Um dos que ficou de recuperação
Não sei se me considero normal
Não sei se vivo na alienação
Trabalho para conseguir dinheiro
E viver neste mundo capitalista
Uma vida com rotina e sem roteiro
Dessas que não são vida de revista
Sou apenas mais um daqueles números
Que às vezes depende do dólar em baixa
Sou alguém que vive dias efêmeros
E que acabará dentro de uma caixa
Marina Martins
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