quinta-feira, 3 de novembro de 2011

225

Tal

Sou como qualquer outro fulano
Chamado apenas pelo sobrenome
Sou apenas mais um ser humano
Com sorte de não passar fome

Ganho tanto de salário
Passo o dia em um almoxarife
Sou apenas mais um otário
Que vai a restaurantes pedir bife

Detesto aprender matemática
Nunca fui bem no boletim
Cresci sem saber gramática
Às vezes olham feio para mim

Sou o ser humano de número tal
Um dos que ficou de recuperação
Não sei se me considero normal
Não sei se vivo na alienação

Trabalho para conseguir dinheiro
E viver neste mundo capitalista
Uma vida com rotina e sem roteiro
Dessas que não são vida de revista

Sou apenas mais um daqueles números
Que às vezes depende do dólar em baixa
Sou alguém que vive dias efêmeros
E que acabará dentro de uma caixa

Marina Martins

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