“Mas falta uma coisa. Eu vou tê-la. É uma espécie de
liberdade, sem pedir licença a ninguém.” – Clarice Lispector
Finalmente, percebo que
posso conhecer tal liberdade. Não é porque daqui a menos de uma semana é ano
novo (época em que a maioria das pessoas costuma pensar que tudo irá mudar em
suas vidas), mas sim porque agora poderei seguir um novo caminho, aquele que
escolhi de acordo comigo e com meus interesses. É também uma liberdade onde me
permito ser egoísta e pensar em mim. Apenas em mim.
Enfim consigo imaginar
como deve ser trilhar o meu rumo, construir e manipular o meu destino, obedecer
às minhas cobranças e de mais ninguém. Estou livre para sentir medo. E esse
medo não é aquele pavor do que irá acontecer, de “será que vou conseguir”...
não, nada disso. É um medo distante, um frio na barriga esquisito e gostoso,
que olha para o futuro e tenta encontrar algo definitivo no pensamento, mas não
consegue.
Tenho mais dois meses de
(quase) total liberdade e então serei livre para pensar mais em mim e tentar
parar de se (pre)ocupar tanto com os outros. É bom eu me dar a licença para
ganhar uma liberdade de me encontrar e me conhecer mais. E essa liberdade
apenas eu tenho o direito a me dar permissão. E, assim, vou encontrando meu
mundo. Ou então, como Clarice, vou aos poucos descobrindo o mundo.
“Mas há a vida que é para ser intensamente vivida, há
o amor. Há o amor. Que tem que ser vivido até a última gota. Sem nenhum medo.
Não mata.” – Clarice Lispector
Marina Martins
Nenhum comentário:
Postar um comentário