sábado, 29 de dezembro de 2012

Com a minha licença...



“Mas falta uma coisa. Eu vou tê-la. É uma espécie de liberdade, sem pedir licença a ninguém.” – Clarice Lispector


Finalmente, percebo que posso conhecer tal liberdade. Não é porque daqui a menos de uma semana é ano novo (época em que a maioria das pessoas costuma pensar que tudo irá mudar em suas vidas), mas sim porque agora poderei seguir um novo caminho, aquele que escolhi de acordo comigo e com meus interesses. É também uma liberdade onde me permito ser egoísta e pensar em mim. Apenas em mim.


Enfim consigo imaginar como deve ser trilhar o meu rumo, construir e manipular o meu destino, obedecer às minhas cobranças e de mais ninguém. Estou livre para sentir medo. E esse medo não é aquele pavor do que irá acontecer, de “será que vou conseguir”... não, nada disso. É um medo distante, um frio na barriga esquisito e gostoso, que olha para o futuro e tenta encontrar algo definitivo no pensamento, mas não consegue.


Tenho mais dois meses de (quase) total liberdade e então serei livre para pensar mais em mim e tentar parar de se (pre)ocupar tanto com os outros. É bom eu me dar a licença para ganhar uma liberdade de me encontrar e me conhecer mais. E essa liberdade apenas eu tenho o direito a me dar permissão. E, assim, vou encontrando meu mundo. Ou então, como Clarice, vou aos poucos descobrindo o mundo.


“Mas há a vida que é para ser intensamente vivida, há o amor. Há o amor. Que tem que ser vivido até a última gota. Sem nenhum medo. Não mata.” – Clarice Lispector

Marina Martins

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