terça-feira, 4 de dezembro de 2012

Ninoca virando Marina


Espaço Educação, terceira série, 2004, época em que os amiguinhos começam a criar e-mails e usar mais a internet. Um belo dia chego ao meu pai dizendo que desejo criar um e-mail também, “todo mundo já tem, pai! Cria um pra mim?”. Decidido a me inserir no mundo virtual, meu pai sentou comigo e começamos a conspirar sobre qual poderia ser o endereço. Marina Martins, Marina Nunes, Nina Martins, Nina Nunes, variações de todos esses com pontos, hífens e underlines no meio... nada disponível. Foi então que meu pai ou eu, não me lembro agora, mas alguém veio com a brilhante ideia de fazer com Ninoca Nunes. E-mail único, exclusivo e super criativo, ninguém nunca teria igual. Os anos foram passando, e aos poucos o ninocanunes começou a ser um e-mail do passado, que as pessoas achavam engraçado, muitas vezes impróprio a certas situações, “não repara no meu e-mail, fiz quando tinha nove anos!”. Passei metade dos meus anos de Espaço Educação acompanhada pelo ninocanunes e minha vida de Escola Parque inteira com esse e-mail. Ele esteve presente nos momentos em que mais esqueci dele e o troquei por MSN, quanto nos momentos em que mais precisei utilizar e-mails e a acessá-los com mais frequência. Ano que vem estarei na faculdade, então resolvi criar uma nova conta no Gmail, agora com nome de adulta. Confesso que senti uma esquizitice passando pelo meu corpo ao informar que o ninocanunes está em processo de esquecimento e, quem sabe um dia, deixará de existir. Por enquanto, a Ninoca ainda acessa o tradicional e-mail de oito anos, mas um dia, existirá apenas o de gente grande. Agora os tempos de MSN e Orkut passaram, junto com os tempos de joguinhos no Fliperama (era esse o nome, né?), no Orisinal, vestir bonequinhas no Dolls (ou em qualquer um do gênero), ser uma boneca no Stardoll... agora apenas Facebook, meu blog e o novo e-mail. Pois é, estou virando adulta. O ninocanunes pode até desaparecer, mas a Ninoca aqui (que hoje pintou o muro da Escola como forma de despedida), nunca. Começo a me despedir do ninoca, mas nunca da Ninoca. Esta estará sempre dentro da Nina, da Marina e de qualquer outra delas que existem em mim.

Marina Martins (ou Ninoca Nunes)

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