(encontrei a imagem no pinterest) |
Adormeceu quando o dia já raiava e amanheceu quando já estava
pela metade. Espreguiçou-se e permaneceu uns minutinhos em sua preguiça. Levantou,
foi até a cozinha e colocou uma música para acompanhá-la ao fazer o almoço. Colocou
a água para ferver, separou o macarrão, o alho, a cebola, os ingredientes do
molho de tomate. A música tocava e a cabeça pulsava como o coração em ritmo
intenso, embalados pelas músicas. Muita coisa e muita gente fazia com que eles pulsassem em (des)harmonia. Muita coisa, muita gente, muita coisa, pouca gente, muita coisa, essa gente. Como
de costume, começou a chorar. As lágrimas escorriam de seu rosto enquanto
preparava tudo. Nostalgia, saudade, ansiedade, incerteza, sentimentos. Tanta coisa, tanta gente, tanta coisa, pouca gente, tanta coisaaaaaaaaaaaaa –
Nheeeeé
Nheeeeé
Alguém abriu a porta da cozinha.
Recompõe-se. Engole o choro. Funga. Passa a mão com cheiro de alho pelo
nariz e embaixo dos olhos. Respira num sorriso. Vira-se.
- Oi!
- Oi!
- Oi... ei! Que houve, você ta chorando?
- Nãaao, não. É só a cebola.
É só a cebola.
Marina N. Martins
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