Sinto tantas saudades de tudo e de todos! Queria poder vê-los novamente, pena que não é tão fácil assim. É bem difícil. Mas não é impossível, quase nada é impossível. Sei que pode demorar muito tempo para nos vermos outra vez e isso me deixa com o coração muito, mas MUITO apertado. Olho no mapa para ver nossa distância... como eu queria que a distância que está no desenho do mapa fosse a mesma que a real! Nem precisa ser tão perto assim, mas pelo menos algo mais próximo, sem oceanos no meio... algo mais barato e mais possível de se alcançar.
Mas então olho para o céu e vejo aquela imensidão... como somos pequeninos em relação a ela! As horas que nos distanciam são apenas horas, elas podem ser vencidas por um avião. Ah, se eu pudesse! Aguentaria cada voo, cada turbulência, para poder ver vocês. Vocês merecem todo o meu esforço e, se eu tivesse dinheiro pra isso, me esforçaria assim todo mês, só para matar pelo menos um pouco das saudades!
Quando paro pra pensar “Quando é que vou vê-los de novo?”, fico muito triste. Vocês são tantos! Não tem como eu rodar o mundo rápido para encontrar com vocês. Infelizmente. Mas aí eu penso de novo na imensidão do céu e, sei lá, a lua é tão mais longe daqui e já a alcançaram, então não pode ser tão difícil de eu alcançar vocês. Ah, se eu pudesse pagar uma passagem com amor! Ou até com lágrimas. Se minhas lágrimas ou meu amor pudessem pagar uma passagem de avião, eu poderia ir aonde quisesse. Pena que isso é impossível. Isso sim é impossível.
Mato as saudades de vocês fechando meus olhos e lembrando de todos os momentos que passei ao lado dos meus estrangeiros. As saudades saem em forma de lagrimas e, às vezes, em forma de palavras. Apesar de tantas dificuldades, aos poucos vou vencê-las e, demore o tempo que demorar, ainda vou rever todos vocês. Nem que eu tenha que alcançá-los nadando.
Marina Martins
sexta-feira, 27 de agosto de 2010
Ausência
Eu deixarei que morra em mim o desejo de amar os teus olhos que são doces
Porque nada te poderei dar senão a mágoa de me veres eternamente exausto.
No entanto a tua presença é qualquer coisa como a luz e a vida
E eu sinto que em meu gesto existe o teu gesto e em minha voz a tua voz.
Não te quero ter porque em meu ser tudo estaria terminado
Quero só que surjas em mim como a fé nos desesperados
Para que eu possa levar uma gota de orvalho nesta terra amaldiçoada
Que ficou sobre a minha carne como uma nódoa do passado.
Eu deixarei... tu irás e encostarás a tua face em outra face
Teus dedos enlaçarão outros dedos e tu desabrocharás para a madrugada
Mas tu não saberás que quem te colheu fui eu, porque eu fui o grande íntimo da noite
Porque eu encostei minha face na face da noite e ouvi a tua fala amorosa
Porque meus dedos enlaçaram os dedos da névoa suspensos no espaço
E eu trouxe até mim a misteriosa essência do teu abandono desordenado.
Eu ficarei só como os veleiros nos portos silenciosos
Mas eu te possuirei mais que ninguém porque poderei partir
E todas as lamentações do mar, do vento, do céu, das aves, das estrelas
Serão a tua voz presente, a tua voz ausente, a tua voz serenizada.
Não me lembro bem quando escrevi esse texto, não sei se foi final de 2008 ou começo de 2009, mas me lembro que na semana em que ele foi escrito, tive um sonho bem parecido...
Eu gostaria de poder levar um susto quando caísse da cama e ver que eu acordei de um pesadelo. Então eu voltaria a dormir e sonharia. Nesse sonho, eu voaria muito alto, passaria por várias nuvens, até que te encontraria. E lá estaria você, linda, uma deusa em carne e osso. Aí nós nos abraçaríamos forte e nos daríamos muitos beijinhos, e você me perguntaria “E os outros?”, eu responderia “Vamos visitá-los.”, e assim nós iríamos passar por todas as nuvens de novo e eu ia lhe levar à casa de todas as pessoas que você gostaria de reencontrar, e você iria abraçar e beijar todo mundo. Depois de muito tempo juntas, você falaria “Daqui a pouco você terá que acordar, é melhor eu voltar. Mas espero mais visitas, avise isso aos outros.”, eu diria “Tudo bem, sei que você não pode voltar, mas todo tempo com você é maravilhoso, ainda mais quando você está assim, linda desse jeito. Direi a eles para irem te visitar, um dia vamos vir todos juntos!”, você diria “Sim, minha linda, minha piolha, isso será maravilhoso, obrigada por ter vindo, espero por mas visitas.”, eu perguntaria “Você vai ficar bem?”, você responderia “Eu já estou bem, não estou mais sofrendo.”, e então eu falaria “Sendo, assim, eu e todos vamos ficar bem também.”. Assim, nós iríamos nos dar um abraço bem forte, e eu iria embora, dizendo “Eu volto, heim?!”, e você ia assentir. E depois dessa noite, todos os que te amam iam ter este mesmo sonho, para nós podermos nos reencontrar.
“Hoje preciso de você, com qualquer humor, com qualquer sorriso. Hoje só tua presença vai me deixar feliz, só hoje.” "Saudade mata a gente, saudade engole a gente." Mas cada vez mais, eu supero mais um pouquinho e já consegui transformar a dor em saudade, então ponto pra mim. Sei que tudo não vai voltar a ser como era antes, mas continuo a pensar que “cedo ou tarde a gente vai se encontrar, tenho certeza, numa bem melhor". Sei que você está bem. Sei que te encontro muitas vezes, só que em forma de borboleta, que é o que você sempre foi: uma Margarida-Borboleta, uma Borboleta-Margarida. E a mais linda de todas elas. Eu te juro a minha palavra de ETERNO AMOR e, consequentemente, eterna saudade, que vai diminuindo as poucos. Que falta você faz, eu te amo e vou sempre fechar os olhos para sentir seus beijinhos carinhoso e seus abraços calorosos. Também vou sempre olhar para o céu e te mandar um beijão, pois sei que você pode ver. E quem sabe, sentir. Eu espero que sim.
Pois é, agora são um pouco mais de dois anos que vivo sem você, que vivo sem sentir seu cheiro, me envolver em seus braços e ser envolvida pelos seus, sentar, deitar ou colocar os pés em seu colo, ganhar seus beijos e seus cheirinhos, pegar na sua mão, ouvir sua voz, te ver dançar, te ver cantar... Dois anos que eu venho sendo consumida por uma saudade eterna, que eu não poderei matar, e imensa. Uma saudade que não diminuiu, uma saudade que ás vezes bate bem forte, machuca meu peito, me corrói por dentro e domina minha alma. E eu solto em forma de escrita e em forma de lágrimas.
Mas a única coisa que eu posso esperar é que você esteja bem, onde quer que seja, me vendo e me acompanhando crescer, que é uma coisa que você sempre gostou de fazer. Eu realmente queria que você estivesse acompanhando cada passo que eu dou na minha vida, cada momento passado por mim, cada barreira que eu venci, cada coisa que eu vacilei; qualquer coisa, não importa. Eu só queria que você estivesse aqui para eu dividir a minha vida com você, te contar meus segredos, minhas mancadas, meus obstáculos, minhas conquistas... tanta coisa! Mas eu só quero que você saiba que o meu amor por você nunca mudou e nem vai mudar. Eu te amo pelo resto da minha vida, não importa a distância que exista entre nós. Um dia eu vou vencer essa distância e a gente se encontra. Mas antes de eu vencê-la, você ainda tem muuuuita coisa pra ver, Vó. Muuuuuita coisa. Pode escrever que eu vou fazer de tudo na minha vida para você poder se orgulhar da sua netinha do meio, ou da "terceira", como você gostava de me apresentar para as pessoas. Eu te amo.
"Não vejo mais você faz tanto tempo, que vontade que eu sinto de olhar em seus olhos, ganhar seus abraços. É verdade, eu não minto. (...) Agora, que faço eu da vida sem você? Você não me ensinou a te esquecer, você só me ensinou a te querer e te querendo eu vou tentando me encontrar. Vou me perdendo, buscando em outros braços seus abraços, perdidos no vazio de outros passos..."
Mais um texto da Tina. Esse me fez chorar. É impressionante como eu achei que estava lendo uma coisa escrita por mim.
Um lugar.
Talvez eu só precise repousar minha cabeça pesada de idéias no travesseiro e viajar. Subir numa bolha e fazer uma viagem que me leve pra longe de todos e tudo. Onde possa respirar ar feito de mel e perfume de rosas. Onde possa andar descalça, sem medo de pisar em alguma coisa, onde sejamos, eu, céu e grama. A vastidão verde amarronzada de algo que me transmite energia, me proporciona certa segurança. Como se pudesse cair e levantar sem precisar de ajuda. Sentir adocicado som de anjos que cantam uma música sem letra, sem notas, sem som. O vento que sopra, trazendo chuva, chuva quente, que agita minha células ao tocar minha pele gélida. Onde possa deitar e ver as gotas pesadas cairem e envolverem o verde da grama, levarem o azul do céu e limparem o negro de minha alma. Onde possa ser eu mesma e mais nada. Onde meus gritos se transformam em as mais carinhosas notas de uma canção sem fim e onde minhas lágrimas são feitas de morango. Onde os pés possam sempre procurar chão e sentir entre os dedos os movimento e a vida que dali provém. Onde sinta segurança. Não preciso de bolha, não preciso de viagem, estar em teus braços, é como se estivesse no paraíso e como se de alguma forma estivesse envolta nos braços de um anjo. Um anjo que fala sem palavras.
Só porque precisamos mais de declarações e atos inesperados em nossas vidas. Sendo eles bons, logicamente. Infelizmente, eu sempre esperarei pelo inesperado. Como é inesperado, o certo é eu não esperar. Mas a graça dessa espera é que eu nunca sei quando ocorrerá e nem o que será.
Inesperado
Ele a queria fazia muito tempo.
Ela não sabia de nada, tinha-o apenas como um bom amigo.
Ele guardava dentro de si um sentimento avassalador, que dominava seu corpo inteiro, sua alma inteira. Engolia palavras, frases, poesias e músicas inteiras de amor quando estava perto dela. Controlava os calafrios, os sorrisos bobos e a vontade de gritar que a amava. Só não conseguia controlar o brilho nos olhos, a imensa paz e a imensa felicidade que dominava seu interior quando estava junto dela. Também não conseguia esconder seus arrepios quando ela encostava nele. Mas tudo bem, afinal, ela não percebia.
Ela sempre contava a ele de sua vida, seus problemas, suas aventuras, suas conquistas, suas perdas, seus amores... e ele sempre fazia o papel de amigo. Ouvia tudo e ajudava no que ela precisasse. Muitas vezes conversavam a sós e, mesmo ocupando um mesmo espaço, ele sentia que estava muito distante dela e pensava que não queria tê-la tão distante. Queria poder senti-la em seus braços e ouvir seu coração.
Até que um dia ela disse que precisava conversar, desabafar. Como sempre, ele concordou em ouvi-la. Foram os dois para o jardim que costumavam ir e ela começou a falar. Estava nervosa e irritada por causa da escola, o último ano estava deixando-a louca. Quando ela terminou de falar, quando terminou de colocar toda a sua raiva para fora, respirou fundo e disse que era a vez dele de falar.
Ele ficou em silêncio e olhou para baixo. Ficou um tempo olhando para baixo.
Ela estranhou o silêncio e começou a ficar preocupada com o amigo.
Ele levantou a cabeça com os olhos brilhando como nunca antes brilharam (pelo menos era o que ela pensava, pois era a primeira vez que notava o brilho nos olhos dele), dominado por uma paz e uma felicidade interior que até ela conseguia perceber.
Ela não entendia o que estava acontecendo e percebeu que o silêncio estava começando a deixá-la nervosa. Ele não era de ficar calado.
Até que, já bastante nervosa, ela perguntou “Ei, que insensibilidade é essa? Eu te contei várias coisas, desabafei todo o meu ano aqui para você e você não vai falar nada? Não vai fazer nada?”.
Apesar de estar levemente dominado por seus arrepios e calafrios, ele conseguiu rir e fez que sim com a cabeça. Chegou mais perto da amiga, de modo que seus lábios pudessem encostar-se às orelhas dela e sussurrou “Eu te amo.”.
Ela não teve reação, mas era como se estivesse arrependida de ter chamado o amigo de insensível alguns minutos antes. Permaneceu parada, olhando para baixo, quando sentiu algo em seus lábios. Eram os lábios dele que encontravam com os seus. Ela não pensou duas vezes: fechou os olhos, retribuiu o abraço do amigo, esqueceu de todos os seus problemas e apenas deixou que seu corpo se dominasse de uma paz e uma felicidade interior que ela nunca sentira antes e que ele transmitia para ela.
E ele só se orgulhava de finalmente ter conseguido escutar o coração dela bater.
Esse texto é de uma amiga, quase uma irmã, e estou postando ele aqui porque simplesmente me emocionou e eu concordo com cada palavrinha que ela escreveu. Tina, como eu já disse, é por essas e (muitas) outras que eu eu me orgulho de ter você em minha vida.
O amar
Creio eu que ler me devasta. O amar que traga quem sou, traga quem fui, come quem iria me tornar. Escrever me força a colocar em letras e sombras de complexas palavras, um pouco da dor, e por isso, creio eu, a torna mais real. O amor. Deixar as asas presas desprenderem, voarem por mundos irreconhecíveis, se aventurarem por coisas indecifráveis e se deixar cair. Isso é amar. Cair, cair sem parar. Não se importar com a dor que vai sentir quando chegar ao fim, nem os riscos que você corre, mas sim, pensar que você vai cair nos braços de alguém. Alguém que vai te embarcar numa viagem só de ida pra terra do nunca. Alguém que não seja só alguém, alguém que seja o próprio amar. E que sempre possa abrir a boca e dizer-te pequenas e rápidas palavras que podem te fazer a pessoa mais feliz do mundo. Selar com beijos promessas, mesmo não sendo adequado. Brincar com a mente do outro, fazer crer e acreditar. Olhar pra alma e pra luz, tanto sua como de outro. Respirar perfume e sentir aflorar no peito um buquet de rosas vermelhas e frescas. Cantar a música e sentir o amor nela. O amar que traga que um dia fui e não queria ter sido, que traga quem me tornaria e que definitivamente, faz de mim quem eu sou.
