segunda-feira, 22 de novembro de 2010

44

Interior meteorológico

Sinto que cada gota de chuva
É como uma lágrima minha.
Quando o primeiro chuvisco é percebido
Noto que meu rosto já está ficando molhado.
Quando a chuva aperta
Meu rosto já está encharcado.
Enquanto sinto o cheiro da terra molhada
Sinto o gosto da lágrima salgada.
Os pingos que escorrem na janela
Apostam corrida com as lágrimas em minhas bochechas.
A cada trovão que ouço
Escuto também meu soluço alto.
Se a chuva começa a parar
Eu começo a soluçar
E as lágrimas a secar.
Quando a chuva cessa
Cessa também meu sofrimento
E o que eu sinto por dentro
Fica na ânsia e na espera
Por ver as flores da primavera.

Marina Martins

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