Uniformes
Ela sabe como é que é
viver por trás de fantasias.
De dia, menina, à noite, mulher
escutando cuspidas poesias.
Encosta o sapato de salto
ao lado da meia arrastão.
Desabafa um suspiro bem alto
e senta, triste, no chão.
Lava o rosto em frente ao espelho,
a água escorre em preto,
os lábios borram em vermelho,
o cabelo fica preso e sem jeito.
Está cansada de sempre ouvir
falsas palavras de um falso amor.
Não consegue mais distinguir
se o que faz é trabalho ou é dor.
2 comentários:
Surreal, o melhor até agora.
Minha escritora que se inspira, escreve e nos inspira!
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