quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

"Caminhando contra o vento"

Eu simplesmente não consigo entender a necessidade do ser humano em desde sempre ter de se colocar em posição superior a alguém. Sinceramente, qual é a vantagem que se tem em se sentir superior? Não dá para ser igual? Se todos fôssemos iguais, não haveria “o inferior” e as pessoas que se sentem inferiores jamais se sentiriam dessa forma. Por que todos têm sempre que querer mais do que podem e querer sempre mais e mais? Enquanto eu caminhava pela areia, de Ipanema ao Leblon, eu pensei em algumas de minhas ambições: sol, lua cheia, céu, por do sol, cores, mar, areia. E eu estava conseguindo aquilo naquele momento. Por mais que eu estivesse um pouco triste, sentida ou nervosa, aquilo me deixava muito bem. E por mais que o vento que batesse fosse frio e estivesse me fazendo espirrar e tossir como uma alérgica paranoica, eu estava bem. Eu estava sã e meu corpo, são.

Mas voltando ao aspecto da superioridade, lá estava eu, andando de costas para olhar a lua cheia e branca e me peguei pensando: “Se até o Sol, nosso astro-rei, nosso astro, nosso rei, se esconde e empresta seu brilho para a Lua, por que as pessoas não podem ser assim? Nós não veríamos a Lua se o Sol não fosse assim e é como se ele tivesse a total consciência de que, para podermos apreciar a beleza da Lua, ele tem de emprestar a ela seu brilho. Nós não podemos admirá-lo, nós o aproveitamos. Se ficássemos admirando-o, terminaríamos cegos. E é por essas e outras que seu brilho se divide entre ele e a Lua, ao entardecer, e torna-se por completo dela quando já está de noite.” Eu tenho de agradecer ao Sol, pelas coisas e cores que ele me oferece e, é claro, à Lua. Esta me acompanha onde quer que eu vá e, assim como o Sol, sempre me deixa mais feliz.

O que eu quero é ser feliz, quero as ambições citadas acima e mais algumas. Algumas que fogem, sim, de meu alcance, mas que jamais são pensadas para que eu me sinta superior. Quero mesmo é continuar sendo quem eu sou, sendo autêntica e eu mesma. Não me importo se me julgam pela minha beleza, pelo meu corpo, pelos meus olhos, pelo tamanho do meu cabelo ou do meu bumbum. Tenho pena de quem perde o tempo falando das minhas roupas, do meu estilo, ou quiçá da minha alegria de viver. E quero longe de mim todos os sentimentos de inveja, pois estes são os piores que existem. E espero que não existam em relação a mim. Tenho pena de quem me julga por ser “feliz demais”, por estar “sempre feliz”. Se existem essas pessoas, elas definitivamente não me conhecem. Não sabem que ninguém é feliz o tempo inteiro. Não sabem que eu choro em casa, choro na escola, choro na rua e choro enquanto ando na areia, de Ipanema ao Leblon, pensando em tudo o que pode me inspirar a fazer um texto.

A propósito, eu assisti a esse show dele com a Maria Gadu, e quando ele disse que "na idade dela, estava fazendo mais ou menos isto aqui, e começou a cantar "Alegria, Alegria", não pude segurar as lágrimas.

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