Do pessimismo urbano
“Mundo, mundo, vasto mundo”...
O que faço, meu velho conhecido?
Dizem-me: “Acalme-se, respire fundo”,
mas como faço, se o nariz está sempre entupido?
Se a cama em que meu corpo deita,
é a mesma que minha alma chora
e a mesma da prova de amor perfeita,
então tudo me apavora.
Trabalhamos esperando por férias,
estamos sempre reclamando de cansaço.
Só se vê pessoas sérias,
que após um cigarro, compram outro maço.
Não mais se cuida da Mãe Natureza,
o ser humana vive se fazendo de otário.
Tudo só aumenta a certeza
de que as vidas correm atrás de um salário.
Marina Martins
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