Rancorosa Poetisa
Parece que suas mãos são levadas pela caneta
E esta não sai de cima do papel
Ela escreve sobre as insatisfações com o planeta
E descreve um castelo, um bordel
Ela tenta falar bem do amor
Mas parece que até a caneta é contra
Ela começa a escrever todo seu rancor
E de brigar com a caneta, quebra sua ponta
Ela levanta e pega outra escrivã
Volta, então, a debruçar-se no caderno
Só que pensa apenas em coisas vãs
E sua inspiração vira um inferno
Se deu conta enfim, de que o problema era seu
É que a desgraça já tinha sido feita
O que, naquele momento, ela percebeu
Foi que precisava trocar de amor, não de caneta
Marina Martins, em Corrêas.
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