domingo, 12 de setembro de 2010

Intolerante

Preciso urgentemente sair da mesmice rotineira. Preciso fugir para algum lugar, qualquer lugar que eu não me preocupe em sentir o tempo passar, pois mesmo sabendo que ele acabaria diversas vezes, eu iria aproveitá-lo da melhor maneira possível e não me preocuparia, ou me preocuparia pouco, com coisas que não gosto. Preciso ir para qualquer lugar onde eu possa fechar os olhos para as preocupações e para os problemas; onde eu tenha tempo para sentir o vento bater em meu rosto e olhar o brilho da lua e das estrelas. Preciso me deitar sobre a grama, sentir as gotas de orvalho sobre as folhas e flores, sentir o cheiro do orvalho sobre as folhas e flores. Preciso me esticar na areia e ouvir o barulho do mar tranquilo. Preciso matar a saudade de quem sinto falta. Preciso ter tempo para olhar para o invisível, pensar no impensável, falar o infalável, falhar no infalível, sentir o cheiro do ar e o gosto da água, ouvir o barulho do silêncio. Preciso sair sem ter hora pra voltar. Preciso caminhar sem ter aonde chegar. Preciso começar sem ter hora para acabar. Preciso ser guiada pelo brilho de um sorriso, pelo silêncio de um olhar, pela magia da combinação perfeita dos dois. Não sei para onde preciso ir, só sei que preciso me esconder da rotina e fugir da mesmice, senão não vou aguentar.

Marina Martins

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