domingo, 18 de dezembro de 2011

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Soneto de impedimento

Tudo o que se pode pensar
Mas não é falado
Pois não se pode falar
Se é então sonhado

Pode ser porque seria proibido
Ou por medo de ser vetado
Por ser apenas sonho distraído
Ou pensamento que se evita mau-olhado

Mas já que não se lê pensamento
E não se descobre o que se sonha
Não há porque se preocupar

Já que toda hora é momento
Seja na rua ou em cima da fronha
Não se pode impedir de sonhar

Marina Martins

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