segunda-feira, 14 de julho de 2014

Vitoriosos

Diferente das expectativas de muitos brasileiros e estrangeiros pessimistas, a Copa do Mundo no Brasil foi um sucesso. Fora os que já conhecemos em nosso cotidiano, não tivemos problemas extras com aeroportos, transporte, trânsito, nada disso. Como de esperado, nosso povo simpático e festeiro recebeu muito bem a quantidade enorme e deliciosa de turistas no país. É claro que uma Copa do Mundo não era uma prioridade em nosso país, mas gosto de ver o lado bom das coisas. E, antes disso, só uma observação: como eu esperava, muita gente que protestou contra a Copa e a esculachou não perdeu nenhum jogo do Brasil, assistia ao dos outros times e foi até nos estádios. Mas tudo bem, a hipocrisia de cada um, deixo para cada um e não vou falar disso aqui. Só deixo isso planando aqui pelo ar... Enfim. Receber uma Copa do Mundo teve muitos lados bons, por exemplo:

1.      O Brasil ganhou visibilidade e ficou ainda mais popular no resto do planeta.
2.      Como tudo deu certo, mais pessoas passaram a respeitar (mais) nosso país.
3.      Nós ganhamos a simpatia de turistas e até de estrangeiros que não vieram para cá.
4.      Nós fomos homenageados em vários países. Lá em Paris, por exemplo, todos os bares penduravam uma bandeira do Brasil. Um dia, minha professora chegou na aula com um saco de paçocas para me dar! Era brasil por todos os lados!
5.      O turismo aumentou muito por aqui. Eu acho isso lindo. É muito legal ver tantas culturas e tipos de gente diferentes, sofrendo e comemorando juntos, conversando nas ruas e até perdidos. Adoro ajudar gringo perdido, me sinto fazendo um bem enorme a alguém. Quando viajo e fico perdida, fico torcendo para aparecer uma alma boa e me ajudar, como eu faço no meu país.

Sobre a vitória da Alemanha, achei merecidíssima. Eu confesso que implicava um pouco com os alemães. Achava a maioria frio, não curto a língua, não fui muito bem tratada em Berlim, aí criei uma antipatia. Depois do jogo do Brasil, fiquei com muita raiva. Não deles, no caso. Do 7 a 1 mesmo. Mas aí comecei a ler as mensagens dos jogadores, as homenagens ao nosso país e comecei a ser mais simpática à Alemanha. Meu ultimato foi a Argentina chegar na final com a Alemanha. Eu realmente não sei de onde veio essa rivalidade absurda entre Brasil e Argentina, eu gosto muito do país deles e até torceria para eles, pelo simples fato de serem “hermanos” sulamericanos. Se fosse em qualquer outro país do mundo. Mas vê-los levantando taça no Maracanã seria sinônimo de zoações argentinas eternas. E isso seria realmente insuportável... aí decidi torcer pela Alemanha e achei a vitória super merecida. Eles jogaram para caramba, machucaram menos na partida e, como não sou de ferro, que seleção bonita, gente! O Neuer, jesus cristo... além de um monstro em campo, é um deus! A “loirada” está de parabéns.

Mudando de assunto, falei ali em cima que os alemães foram menos agressivos na partida. Pois é. Se teve uma coisa que me assustou nessa Copa foi a violência em campo, que está cada vez mais presente no futebol. Em muitos jogos, parece que o gramado se transforma em um campo de batalhas, porque o que vejo, muitas vezes, não é uma disputa por bola, mas sim uma porradaria generalizada. E me assustou ver os juízes dando poucas punições, poucos cartões e deixando aquilo rolar. Para mim, isso sim é uma vergonha. Perder de 7 a 1, por exemplo, é ridículo. Mas vexame mesmo é ver toda essa violência que anda acontecendo nos jogos de futebol. Porque placar feio faz parte, mas agressividade em campo é uma coisa completamente desnecessária e antidesportiva.


Bom, a verdade é que a Copa de 2014 vai deixar saudades. Não só nos brasileiros, mas nos gringos todos também, tenho certeza. Agora andar no calçadão vai ter menos graça e eu vou sentir falta de escutar outras línguas pelas ruas. É muito legal ver meu país, minha cidade com tantas culturas diferentes e misturadas. Vou fechar o texto com uma frase brega: a Seleção Brasileira pode não ter levantado a taça no Maraca, mas o Brasil com certeza foi campeão em receptividade, simpatia e alegria. Nós somos sim o país do futebol. De vez em quando, o futebol não sai muito bonito, sai meio errado. Mas se tem uma coisa que nosso povo sabe fazer melhor do que ninguém é tratar bem os visitantes. E nisso, acho que seremos sempre invictos.

Marina Martins

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