terça-feira, 9 de maio de 2017

Draminha

Quando eu pensava na nossa história como um draminha adolescente daqueles com os quais muita gente se identifica, eu não conseguia visualizar o fim. E era óbvio, porque até então o fim do nosso draminha ainda não tinha chegado. Quando eu estava pensando sobre o que era tudo isso e o que éramos nós dois, quando você me deixou suspensa no seu não-lugar do entre, eu não pensava no fim. Eu pensava "será que, quando eu transformar nossa realidade em ficção, vou dar um final feliz ou menos feliz?", porque na minha cabeça, o feliz era o casal terminar junto, mas ainda bem que tudo passa e tudo muda. Hoje eu dou um final pro draminha. E bem feliz. O casal não termina como casal, eles terminam como amigos, mas de um jeito que ela fica tão bem, tão livre. Ela olha pra ele e pensa o quanto não daria certo. Ela olha pra ele, acha ele bonito, eles sorriem, se enxergam um no olhar do outro, sem ressentimentos, sem machucados. Ela dança. E ela gosta dele como gosta de tantos amigos. Toca uma música maravilhosa. Ele continua a olhá-la, mas ela já não olha mais. Ela dança ao lado de uma amiga, chega outra, e mais outras, e viram várias. Porque afinal, vai ser sempre esse o fim. Os caras ficam no entre, no não, e as amigas no sim. Agora eu me vejo cada dia mais sem você e cada dia mais feliz. E no final não toca Marisa Monte, querido. Toca Anitta e Ludmilla. Porque eu passei do "não vai embora" e do "beija eu", eu to é muito bem na "dança do solidão". Porque eu "cheguei pra bagunçar a zorra toda", pra te esquecer e ficar loka e porque pra mim é "sim ou não".

Marina N. Martins

Palavrinha

Oi, gente. Só queria dar uma palavrinha aqui rapidinho.
(Mentira, quando eu falo, nunca é só uma palavrinha, cês já entenderam que eu falo pra carai ne, mas enfim. Eu JURO que tentarei ser sucinta)
Ontem eu escrevi um texto, sentada na minha cadeirinha, enquanto algumas lágrimas escorriam dos meus olhos. Pensei se esse texto deveria ser enviado a uma pessoa ou tornado público.
Isso é uma dúvida que bate algumas vezes, porque a gente se preocupa demais com o que vão pensar, será que vão ler, e por aí vai.
Mas eu publiquei, senti que tinha que fazer isso.
E aí pensei "aff, mó textão, ninguém nem vai ler"
Corta para
Estou na mesma cadeirinha onde sentei para escrever o texto, com as mãos trêmulas, um nó quentinho no peito e o coração acelerado. Eu não imaginava a quantidade de pessoas que o leriam. Muito menos que comentariam. E aqui estou eu, diante de comentários das mais diferentes pessoas, incluindo pessoas com quem nem tenho muito ou quase nenhum contato.
Cês vão desculpar o palavreado, nem sempre eu sou fofinha
Mas eu to é emocionada pra caralho
Porque uma curtida numa selfie é legal
Porque um "você é linda" é maravilhoso
Mas toda vez que elogiam um texto,
Um projeto,
Um filme,
Um trabalho,
Algo que produzi colocando minha alma, como tudo que faço nessa vida,
Vocês me fazem subir uma emoção inexplicável.
Porque quando vocês me dizem que se enxergam nas minhas linhas, palavras, sentimentos, vocês fazem eu ter orgulho de mim. Vocês fazem eu acreditar em mim. Vocês fazem cafuné na minha cabeça e interrompem os socos no meu estômago por existirem tantos sentimentos entranhados.
Quando vocês se enxergam em mim, vocês me completam.
Quando eu exponho meu corpo, é uma luta bizarra
Mas quando eu exponho a alma, é tão bizarro quanto
Eu to tremendo. Eu quero chorar.
Eu não imaginava que esse texto seria tão enorme.
Eu não imaginava
Eu nunca imagino
Que seria
Que sou
Capaz de fazer as pessoas se enxergarem no que eu digo,
Faço
Mas o amor
O amor é mesmo a linguagem universal
Todo mundo sente, todo mundo vai sentir
E tudo o que eu faço nessa fucking vida, eu faço com amor
É por isso que sinto tudo tão intensamente, que me apego, que sofro pra cacete, que rio até chorar, que choro até secar.
E quando vocês dizem que se identificam com meus sentimentos,
Minha luta,
Minha dor,
Meu amor,
Vocês não tem noção do sol que abre dentro de mim para secar minha chuva.

Marina N. Martins

355 - alguém

alguém

é gostoso ouvir
que você é bonita
mas quando dizem
que você é incrível
que você é foda
que você é verdade
que você é arte
que você inspira
que sua alma é linda
que o mundo precisa de você
isso é muito mais
do que falarem do seu corpo
é bom ouvir bem do corpo
é muito bom
mis ouvir bem da alma
é sentir que é alguém
alguém no mundo
porque somente existir
não é necessariamente ser alguém
ser alguém é existir
fazendo minimamente uma diferença
e o simples fato de pensar no outro
pensar o outro
já é fazer alguma diferença
eu
eu faço isso até demais
e quando vejo isso reconhecido
me sinto sendo diferença
me sinto alguém
mais que alguém no mundo

alguém pro mundo


Marina N. Martins

354 - inbox

inbox

o nosso relacionamento
ele é tão lindo
que até quando ele acabou
ele deixa os outros felizes
e eu to chorando agora
porque isso ta me deixando muito emocionada
porque você faz surgir o que tem de mais bonito em mim
não importa se eu te chame de namorado, ex, amigo
a sua existência me faz mais bonita
eu vivo tudo com tanto amor
mas o amor que você me ensinou ninguém mais vai me ensinar
eu to aqui digitando enquanto vou pensando então desculpa se ta tudo saindo meio assim
ta indo junto com meu fluxo de pensamento
e eu preciso te falar tudo isso agora
porque a saudade que ta me batendo agora ta sendo muito intensa
porque eu só queria muito te abraçar
e não importa
nessa vida
se nossos caminhos forem diferentes
e um dia você tiver com uma esposa que não seja eu e filhos que não sejam os meus
eu vou te encontrar
e só vou querer te abraçar
agradecendo por tudo o que a gente é e já foi
e pronto, acabei de escrever um texto num chate
chat*
obrigada por nos fazer ter um amor que faz os outros agradecerem


Marina N. Martins

353 - muda

muda

a vida é assim
num dia,
ele vai te deixar muda
da melhor maneira possível
vai te fazer tremer
do jeito mais gostoso possível
no outro,
vai te deixar muda
da pior maneira possível
vai te fazer tremer
do jeito mais desconfortável possível
mas aí chega um dia
que ele vai vir falar
e você não vai ficar muda
porque você muda
não vai tremer
vai responder
com a maior indiferença possível
e vai pensar
“caralho
eu sou foda”


Marina N. Martins

352 - entre (e saia)

entre
(e saia)


eu te olhava e me doía
porque não sabia
o que você queria


aí eu soube


aí eu te encontrava e me doía
porque a gente sabia
o que a gente queria
mas ali
a gente não podia


aí passou


mas meio


aí eu te via
e me doía
porque você partia
e junto partia
ia
o meu coração


aí perguntei
o que seria
mas
você pensaria
você
pensaria...


e depois
a gente se cruzou
nossos olhos se cruzaram
a gente ria
porque a gente sabia
o que a gente queria
mas ali
ali não podia


mas agora não sei
porque você ficou no entre
e entre não é lugar
o seu lugar
fui eu que dei


porque você não sabe enfrentar
e agora eu cansei
e quanto mais você faltar
mais vai cansar
então o que seria
eu já decretei


eu não gosto do entre
tenho claustrofobia
não seria mais nada
eu decretei

351 - sh.

sh.


outro dia
eu só queria
uma palavra sua
agora você vem
cheio de palavras
eu olho pra você
e só consigo te dizer
“eu não acredito
em mais nada
do que sai
da sua boca”


Marina N. Martins

350 - o doce des-espero

o doce des-espero


era gostoso olhar pra você
e sentir tudo
por mais desesperador que isso fosse
e era


depois era horrível olhar pra você
e sentir tudo
era desesperador


agora é gostoso olhar pra você
e saber que daqui a pouco
não vou sentir nada


não mais me desespero
não te espero mais


Marina N. Martins

349 - escatologia impressa

escatologia impressa


toma aqui esse livro
que escrevi pra você
tem o cheiro do meu perfume
e do meu pum
deixei um beijo de batom
e grudei uma meleca

Marina N. Martins

Quando você foi

Escrito em novembro de 2016.
Enviado só para uma pessoa. Agora sendo publicado.
Umas coisas mudaram, outras não. E tudo bem.

Antes de você ir, era ruim. Por mais que eu evitasse, era inevitável a contagem regressiva. Cada dia era menos um dia com você, era uma aproximação para a hora da despedida. Era aproveitar os últimos momentos, enquanto tentávamos esquecer que eram os últimos. Cada “tchau” era um sofrimento, pois temíamos o “tchau” mais longo que estava por vir. Era muita emoção e muita expectativa. Mais de cinco anos juntos. Como somos um sem o outro? Nem a gente sabia e nem os outros ajudavam. Diziam que não nos imaginávamos separados. E eu comecei a pensar que, antes de tudo, nós somos um. Cada um é um. E só somos dois porque queremos ser dois. Na verdade, estamos. Somos um e estamos dois, quando estamos juntos. E esse estar é uma escolha. No dia que deixar de ser, deixaremos de estar e permaneceremos sendo. Sendo um. Que quando junta com outro, é dois. E só é porque quer.

Quando você foi, senti. Sofri. Chorei. Mas depois, vi que não era tão ruim quanto eu imaginava naquela semana anterior. Percebi, então, que eu era uma. E foi quando conversamos, na primeira semana, sobre isso, que me dei ainda mais conta. E tudo começou a ser mais leve quando cheguei a essa conclusão. Se os outros não nos imaginam separados, o problema é deles e não nosso. Porque temos de entender que somos seres independentes um do outro. Se algum dia formos dependentes, é pra parar e repensar em tudo, porque não é saudável alguém que dependa de alguém dessa forma.

Quando você foi, me vi só, como muitas vezes me vejo. Hoje chove e é véspera de feriado. Minha mãe viaja. Você claramente estaria comigo, mas não está. Assim como ontem. E não estava. Estou só. A casa está só para mim e ninguém mais. Cozinharíamos, comeríamos besteira, veríamos filmes bons ou ruins. Os meus bons, os seus ruins, claro. Brincadeira, não me mata. Ou então veríamos séries. Novos episódios de séries antigas, novos episódios de séries novas, antigos episódios de séries antigas. Começaríamos alguma, continuaríamos alguma, repetiríamos algumas.

Quando você foi, consegui respeitar e aproveitar ainda mais a minha solidão. Minha relação comigo mesma. Entendi que é importante respeitar “a bad”. Quando estou mal, tenho a opção de arranjar alguma coisa para fazer, encontrar minhas amigas, ou simplesmente aceitar que estou mal. Tomar um banho, chorar no banho, ouvir música, deitar na cama, comer, ver filmes e séries. Sozinha. É bom também. É bom entender e respeitar que não precisamos ser felizes o tempo inteiro. Ajuda você a se compreender e se aceitar de várias formas. Ajuda você a se enxergar como ser humano frágil, sensível, imperfeito, saudoso, desejante, normal.

Quando você foi, fiquei mais tranquila do que imaginava. E algumas pessoas achavam essa tranquilidade estranha. As pessoas esperam que a gente sofra mais do que a gente deveria sofrer. Fico feliz de ver que não correspondi a esse tipo de expectativa. Porque você foi ser feliz, então por mais que existam os momentos de aperto, os momentos de lágrimas, a vida continua, e continua comigo sabendo que você está bem. E continua porque aprendemos a conviver um sem o outro. Temos amigos, temos família, temos a nós mesmos, por melhor ou pior que seja isso. Por mais gostoso e mais desesperador que seja estar sozinho.

Quando você foi, desconstruí imagens que tinha de mim mesma. Preocupada, controladora, ciumenta. Eu não sou assim. E não preciso ser assim só porque me considero ou consideram assim. Percebi que sou mais tranquila e mais forte do que pensava. Me conheci ainda mais. Estou evoluindo pessoalmente, tendo visões que nunca imaginei que teria. Estou conseguindo ver o lado bom nas coisas complicadas. Amadureci e me considero mais compreensiva em vários aspectos. Percebi que não sou tão apegada quanto imaginava.

Quando você foi, entendi ainda mais porque estamos juntos. Vi ainda mais a sorte que tenho de te ter na minha vida e, convenhamos, de você me ter na sua. Não porque sou maravilhosa, mas porque somos maravilhosos juntos. Aliás, porque sou maravilhosa também! Também estou tentando aprender isso – inclusive, algo que você sempre me estimulou a fazer – de me permitir me achar maravilhosa. É difícil, mas não seria verdade? Quando estou só, vejo a ótima companhia que sou. E não deveria pedir licença de dizer isso, deveria ter orgulho.

Quando você foi, pude crescer, amadurecer e perceber que essa coisa de posse não está com nada. Eu não pertenço a você, você não pertence a mim. Ninguém possui ninguém e ninguém pertence a ninguém. Como já falei, só estamos com o outro porque escolhemos estar. Pelo menos deveria ser assim. Pertencimento é pura ilusão e pode acabar muito rápido. Pode acabar machucando. Se a gente entendesse que ninguém se pertence, nem se possui, seria tudo muito mais simples. “Eu sou de ninguém, eu sou de todo mundo e todo mundo é meu também”. Por vezes, ama e deseja a mesma pessoa e, aí sim, é a melhor coisa. E se é recíproco, então, nem se fala.


Quando você foi, aprendi ainda mais que, se for para ser, vai ser. Não importa quem passar por nós, por onde passemos. Se é para estarmos juntos, estaremos. E estaremos enquanto quisermos. Pude ver ainda mais que é com você mesmo que quero estar, quando estamos perto. Se eu tenho você perto de mim, eu não quero mais ninguém. Pelo menos por enquanto. E quem vai dizer até quando? Nem nós. Quando for a hora de não ser, a gente vai parar. Mas por enquanto, deixa estar. Estar nós dois. Ser cada um de nós. Ser cada um e estar em dois. Em menos de um mês, estaremos em dois. É bem reconfortante a contagem regressiva de agora ser para te ver, e não para parar de te ver. E posso falar? Não vejo a hora de juntar meu ser com o seu para poder estar. Te amo.

Marina N. Martins

segunda-feira, 8 de maio de 2017

Oito de maio


“Amor, então,
também acaba?
Não, que eu saiba.
O que eu sei
é que se transforma
numa matéria-prima
que a vida se encarrega
de transformar em raiva.
Ou em rima”

Paulo Leminski



Hoje é oito de maio. Se estivéssemos em qualquer outro ano há seis anos, eu estaria postando uma foto nossa e um texto pra você. Mas não sei como agir nessas situações, porque é a primeira vez que vivencio isso tudo. Esse ano está cheio de primeiras vezes. E essa é mais uma primeira vez com você. Só que sem você. Não sei se cabe fazer isso. A foto. O texto cabe porque texto sempre cabe, mesmo quando não cabe. A vocês todos que estão lendo isso nesse momento, saibam: se algum dia vocês forem alvos da paixão e/ou do amor de alguém que escreve, preparem-se para terem alguns poemas e prosas dedicados a vocês. Mesmo que vocês talvez nunca cheguem a lê-los. Alguns são imostráveis, outros impublicáveis. Alguns a gente mostra e publica mesmo se achando loucos por isso. Imagens e palavras imortalizam sentimentos. Talvez por isso eu seja tão obcecada por escrever, filmar e fotografar a vida. Isso tudo me faz lembrar. E me faz viver, reviver, me liberar de sentimentos e pensamentos. Hoje é oito de maio e eu só quero ficar feliz porque eu respeito os encontros e os momentos. Porque um erro de nós seres humanos é achar que pertencemos a outros seres humanos, quando na verdade pertencemos a momentos. Nós não somos de ninguém, nós somos sozinhos, e se estamos com alguém, é porque queremos estar – pelo menos deveria ser assim. E estar com, mas não ser de. Porque essa obsessão pelo pertencimento a pessoas nos torna seres paranoicos, enquanto que a noção de se pertencer a um momento nos torna apenas apegados. E ó, tudo bem ser apegado, ta? Dane-se se, hoje em dia, ouvimos cada vez mais que apego é sinônimo de ser trouxa. Sim, muitas vezes é, mas nem sempre. Eu sou apegada a pessoas, mas também a coisas e momentos. E se tem apego, é porque tem carinho. Apego não é posse, é só isso que a gente deveria entender. Entender que pertencemos a momentos é entender que estamos, não somos. Porque tudo muda o tempo todo. É entender o momento e o tempo do outro e respeitar isso, mas com a responsabilidade de não machucar a outra pessoa. Porque cada um tem seu tempo, cada um tem sua vida, cada um faz o que quer. Basta fazer o que quer, mas sem pensar somente em si. Se eu me apego às pessoas, às coisas e aos momentos, é porque tem algo nele que me completa de alguma forma. E se falta, um pouquinho de mim também falta. Isso não é ser possessiva, porque entendo que a falta faz parte. Isso é só saudade. Saudade também faz parte. Sentir faz parte. Eu me permito sentir. Me permito ficar chateada, ser trouxa, chorar, sorrir, correr atrás, sofrer. Entender que pertencemos a momentos é também se permitir sentir. E é também entender que nem toda relação termina. Tem relação que só muda. A vida é feita de encontros e desencontros, acasos e programações. Momentos. Às vezes, eles nos levam a caminhos distintos. E tudo bem. Tudo bem se isso te fizer sofrer. Pode sofrer. Mas também pode sorrir. Vai, pode sentir. Entender que pertencemos a momentos. Permitir-nos a sentir. Entender que as relações mudam e que isso não é necessariamente ruim. Enfrentar isso. Esses são alguns desejos meus. Também podem brotar flores de uma relação que mudou. Um casal que separou não necessariamente se odeia. Ser “ex” não é necessariamente ruim. Nem toda lembrança dói. Ser casal separado que se ama é respeitar momentos. Sabe o apego? Olha ele aí. O apego bom é aquele que existe para se respeitar, se gostar, se amar, continuar a falar, mesmo quando a vida muda. Porque eu não sou apegada à sua presença e sim à sua pessoa. A sua pessoa é maravilhosa e me fez mais maravilhosa. Meu apego a você não é pensar o que você faz na minha ausência, com quem você está, se você pensa em mim. É sentir falta pra caramba da sua amizade, do seu abraço, de rir com você, te ter do meu lado quando quero chorar. Eu sou apegada a tudo o que você me ensinou e a todos os momentos que já tivemos. Tenho apego à sua felicidade. Sou apegada a você e você não precisa ser meu para isso. Você é seu e pode estar com quem quiser. Hoje é oito de maio. Talvez não estejamos comemorando seis anos de namoro (tudo muda o tempo todo), mas estou comemorando seis anos de crescimento. Hoje é oito de maio e eu só quero que você seja e esteja feliz. Eu sou apegada ao oito de maio porque ele me fez muito feliz. E eu já disse que sou apegada à felicidade. Hoje é oito de maio e estou fazendo mais um texto. E mais um pra você. Hoje é oito de maio, mas como eu não posso te abraçar, eu só fecho meus olhos e penso no sorriso que espero estar estampado em seu rosto. Porque o amor não acabou. Foi só a vida que mudou. Hoje é oito de maio e estou sorrindo e chorando. Deixo o sorriso se instalar e as lágrimas escorrerem. Permito-me. Hoje é oito de maio, você se mudou, você mudou, eu mudei, a gente mudou e faz seis anos que eu amo você. E pra mim não importa como, só importa que.

Marina N. Martins