Quando eu pensava na nossa
história como um draminha adolescente daqueles com os quais muita gente se
identifica, eu não conseguia visualizar o fim. E era óbvio, porque até então o
fim do nosso draminha ainda não tinha chegado. Quando eu estava pensando sobre
o que era tudo isso e o que éramos nós dois, quando você me deixou suspensa no
seu não-lugar do entre, eu não pensava no fim. Eu pensava "será que,
quando eu transformar nossa realidade em ficção, vou dar um final feliz ou
menos feliz?", porque na minha cabeça, o feliz era o casal terminar junto, mas ainda bem que tudo passa e tudo muda. Hoje eu dou um final pro
draminha. E bem feliz. O casal não termina como casal, eles terminam como
amigos, mas de um jeito que ela fica tão bem, tão livre. Ela olha pra ele e
pensa o quanto não daria certo. Ela olha pra ele, acha ele bonito, eles
sorriem, se enxergam um no olhar do outro, sem ressentimentos, sem machucados.
Ela dança. E ela gosta dele como gosta de tantos amigos. Toca uma música
maravilhosa. Ele continua a olhá-la, mas ela já não olha mais. Ela dança ao lado de uma amiga, chega outra, e mais outras, e viram várias. Porque afinal,
vai ser sempre esse o fim. Os caras ficam no entre, no não, e as amigas no sim.
Agora eu me vejo cada dia mais sem você e cada dia mais feliz. E no final não
toca Marisa Monte, querido. Toca Anitta e Ludmilla. Porque eu passei do
"não vai embora" e do "beija eu", eu to é muito bem na
"dança do solidão". Porque eu "cheguei pra bagunçar a zorra
toda", pra te esquecer e ficar loka e porque pra mim é "sim ou não".
Marina N. Martins
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