Soneto de desapego
Arranca já de tua face
Esta máscara que te esconde
Não te importes com tua classe
Se perdê-la, tu fizeste por onde
Não é a pele que se arranca
É uma superfície de enganos
Livra-te logo desta carranca
Que te transforma noutro ser humano
Melhor expulsar a falsa alegria
Do que manter a melancolia
De ser uma pessoa forçada
Dentro de ti deve morar uma dor
Por não mostrares teu interior
Torna-te, pois, uma pessoa melhorada
Marina Martins
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